Nasci em Barretos, SP, em 13 de setembro de 1943, dez anos após a chegada dos meus pais ao Brasil, vindos do Japão. Como a maioria dos imigrantes japoneses meus pais também se dedicaram à agricultura, e assim, optei por estudar Agronomia, pois era mais viável economicamente que Medicina, a opção do meu coração.
Graduei-me Engenheiro Agrônomo na Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz” – ESALQ-USP em 1966, onde também fiz o mestrado e o doutorado, ambos nas áreas de Solos e Nutrição de Plantas.
Recém-formado, trabalhei de 1967 a 1971 na empresa suíça GEIGY, onde prestei suporte técnico no uso do inseticida DIAZINON, famoso pela baixa toxicidade, comparado a outros organofosforados, e na aplicação dos herbicidas à base de triazinas – GESATOP, GESAPRIM e GESAPAX – recém-introduzidos no Brasil.
De 1969 a 1970 trabalhei na CIBA, dando apoio técnico na aplicação dos herbicidas produzidos pela empresa.
Desligando-me da empresa, parti para o Japão em busca das minhas origens e de ensinamentos sobre fertilidade do solo. Durante 1971, fiz imersão na cultura japonesa como voluntário em um mosteiro budista. Em 1972 estagiei no departamento de solos da Universidade Municipal de Kyoto onde o caloroso acolhimento e a precisa orientação que recebi do Professor Shuji Morita foram de grande valia na minha vida profissional.
De volta ao Brasil, trabalhei de março de 1973 a dezembro de 1976 na ULTRAFERTIL, então a empresa líder na América do Sul na produção e tecnologia de aplicação de fertilizantes com mistura de granulados, inéditos até então. Era o responsável pelo treinamento técnico dos agrônomos da empresa com o apoio científico do professor Eurípedes Malavolta.
De janeiro de 1977 a novembro de 2007, por quase 31 anos, fui diretor, no Brasil, de uma empresa multinacional que teve diferentes denominações ao longo do tempo – Institutos da Potassa (EUA-Suíça), POTAFOS – Associação Brasileira para Pesquisa da Potassa e do Fosfato e IPNI – International Plant Nutrition Institute.
No IPNI tive a liberdade de desenvolver projetos benéficos para os agricultores e para a sociedade – a busca da agricultura sustentável com o apoio de dezenas de estudantes de agronomia, de consultores privados, de professores de universidades do Brasil e do exterior, além dos produtores e dos agrônomos da Cooperativa Integrada de Mauá da Serra, PR. Foi uma época de profícuo aprendizado prático, entre deles, a deficiência generalizada de boro e o “timing” da adubação nitrogenada.
Depoimento do Professor Malavolta
Depoimento amável e premonitório do saudoso professor Malavolta por ocasião de minha aposentadoria do IPNI em 2007.
Após o meu termo com o IPNI, colaborei até 2018 com a INTERCUF – produtora de fertilizantes foliares à base de fosfito, importantes para reduzir os efeitos negativos do glifosato nas culturas.
Em 2018 fiz um curso de pós-graduação em medicina ortomolecular para tentar entender melhor a inter-relação entre os alimentos que produzimos e algumas doenças que se aumentaram exponencialmente, como o autismo e o Alzheimer. Terminando o curso no primeiro trimestre de 2019, comecei imediatamente meu trabalho voluntário com crianças autistas. Paralelamente, atendi outros clientes – por regulamentação, um terapeuta como eu não pode tratar de pacientes, e sim apenas de clientes. Independentemente da denominação, observei na prática clínica, a conexão entre doenças e alimentos.
Estava firmemente decidido a trabalhar apenas como terapeuta e deixar de lado a agricultura, principalmente após o advento da transgenia acoplada aos pesticidas. No entanto, em 2021, fui convidado por um colega de longa data a trabalhar na Bolívia com um grupo de agricultores que cultiva mais de 20 mil hectares de soja, no sistema de duas safras/ano. Principalmente, soja-soja. Aceitei e fiquei chocado com o que vi. Extensas áreas salinizadas, prognóstico de um futuro sombrio para a agricultura boliviana, visível para todos, mesmo para os leigos. Apesar dos alertas, não fomos ouvidos. Meu colega indignado, pediu demissão. Esperando ser ouvido, eu enviei um detalhado relatório explicando as possíveis causas da salinização do solo e de como corrigi-la. Ou não leram ou se leram não entenderam ou ainda, não quiseram entender. Fui demitido. Óbvio que fiquei triste pois não conclui a tarefa que desejava - fazer uma agricultura sem ou com mínimo uso de pesticidas.
Mas a Bolívia me proporcionou dois grandes presentes – a releitura dos livros da genial agrônoma e pesquisadora Ana Maria Primavesi, principalmente do icônico “Manejo Ecológico do Solo”, e a descoberta dos trabalhos de Jorge Samuel Molina, agrônomo argentino que recuperou, através das bactérias citóphagas, mais de 2 milhões de hectares de solos salinos e compactados.
Busco agora agricultores que queiram mudar o sistema de produção com ênfase no uso de defensivos agrícolas, para algo mais amigável com a natureza – evitando a contaminação do alimento, do ar, do solo e da água. É o que foi denominado de “Agricultura Natural” por Masanobu Fukuoka, fitopatologista japonês que desenvolveu este sistema de produção sustentável em meados do século passado.
Quero trabalhar com você, que deseja testar um novo sistema de produção, visando a redução e até a eliminação do uso de defensivos agrícolas. Aprender testando. Errar, errar e errar, tantas vezes até acertar.
Iniciar o trabalho em uma área pequena – 5 a 10 hectares – aprendendo com os erros e adotando os acertos.
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